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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mr. Nobody - 2009

Sabe aquela sensação de estar assistindo um filme marcante na sua vida? Aquele filme que com certeza você vai lembrar por muitos e muitos anos, que entrará no seu top 10 entre as primeiras posições? Aquela sensação de ineditismo, de surpresa, de total atenção e contemplação? Quando não se percebe o tempo passar, e quando nota que o filme caminha para o final, você deseja que ele continue, por pelo menos mais 20 minutos, mesmo já tendo se passado mais de duas horas? Eu já havia lido algumas poucas coisas sobre a produção, vi alguns elogios rasgados de gente que sabe o que está dizendo, mas ainda assim, com expectativas altíssimas, o filme me surpreendeu. Foi difícil escrever sobre ele, tive dificuldades de descrever tudo que o filme me passou evitando ao maximo spoilers para não estragar as surpresas de quem vai vê-lo. Não é um filme isento de erros, eles existem, mas suas qualidades tornam estes deslizes desprezíveis.

Em um futuro não muito distante Nemo Nobody é o último humano mortal. Com mais de 120 anos, suas lembranças são confusas e ele não tem certeza do que são memórias e o que são devaneios. Morte, doenças e outras fronteiras bastante conhecidas da nossa atual existência já não existem mais. Essa aparente sociedade utópica é apenas pano de fundo para a projeção da vida de Nemo.

E Se? Essa pequena frase define bem o longa. É um filme sobre escolhas, sobre como nossas vidas podem tomar rumos diferentes de acordo com as possibilidades que vão aparecendo. Um argumento relativamente simples construído em um roteiro que trata sobre dúvidas humanas. Tem um pouco de Psicanálise, de Relatividade, Física Quântica e uma das mais especiais características da nossa espécie: a capacidade de amar. Pode parecer um pouco chato, um pouco pretensioso, mas apesar de sua complexidade, o filme flui com eximia perfeição. Manipulador, ambíguo e carregado de sentimentos que se interpõem acima de sua roupagem científica.

O longa não tem ares de superprodução, mas tem tudo para ser uma. Os efeitos podem não ser de ponta, mas são bem técnicos e elegantes e não comprometem em momento algum a produção alem de ser exigidos quase o tempo todo. A fotografia é excelente, abusando das cores, closes, elementos desfocados e movimentos ousados, que unem uma cena a outra de forma genial. Os atores, apesar de não terem muito espaço, atuam de forma satisfatória, destacando-se Jared Leto, como Nobody. É um filme que consegue ser cientifico e poético ao mesmo tempo. É como ver na tela o inconsciente se comunicando com o consciente de Nemo, filtrando sinais e influenciando suas decisões.

Mr. Nobody  nos faz pensar sobre as decisões que tomamos em nossas vidas e os caminhos traçados por essas escolhas. As possibilidades negadas e os possíveis rumos que outras decisões trariam. Carregado de ricas metáforas o filme nos leva à introspecção fazendo-nos refletir sobre a nossa própria vida. É o típico filme que te deixa feliz, mas igualmente encabulado é pensativo.

NOTA:10/10
IMDB:7,8

Recomendado a todos os seres pensantes.



2 comentários:

  1. Fala Fabinho.
    Parece legal o filme vou assistir.
    Um abraço.

    César

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  2. Fala Cesinha!

    Depois que conferir, posta aqui o que você achou.

    Obrigado pela mensagem.
    Grande abraço.

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